A expressão foi cunhada em 1973, mas ainda não é oficialmente reconhecida.

O que uma princesa da Disney e a Síndrome de Estocolmo tem em comum? O estado psicológico se manifesta quando a vítima de intimidação, após um período de exposição ao seu agressor, começa a sentir um tipo de afeto por ele, podendo resultar em amizade ou amor.

É exatamente isso o que acontece em A Bela e a Fera, mas não é por esse motivo que a Síndrome tem esse nome. Na verdade, a origem do termo é um pouco mais esquisita.

Em 1973, Jan-Erik Olsson invadiu o banco Sveriges Kreditbank, em Estocolmo, na Suécia. O que era para ser um roubo como qualquer outro acabou se tornando um estresse de seis dias, já que Olsson capturou quatro funcionários do local e os manteve como reféns.

Na época, o criminoso pediu como resgate 700 mil dólares, um carro com o tanque cheio e a presença de seu “colega” Clark Olofsson no local. Em menos de uma hora tudo isso foi feito, mas a polícia não permitiria que os funcionários fossem levados por Olsson.

O mais irônico é que, no segundo dia, os sequestrados já criticavam mais as atitudes da polícia do que as do próprio criminoso: “Temos mais medo dos policiais do que desses meninos”, disse Kristin Ehnmark, de acordo com o The New York Times.

“Estamos conversando, e, acredite ou não, tendo um bom momento. Por que eles não podem deixar os meninos sairem conosco no carro? ”

O mais impressionante é que, segundo reportagem da BBC, os funcionários (três mulheres e um homem) acreditavam que continuaram vivos graças aos criminosos. Ao fim dos seis dias, a polícia invadiu o local e resgatou as pessoas do cativeiro que, segundo o psicólogo da época, estavam em choque tal qual soldados de guerra.

Tempos depois um dos especialistas que trabalhou durante a operação cunhou o termo “Síndrome de Estocolmo”, mas ele só pegou mesmo em 1975, quando Patty Hearst, jovem influente da época, foi sequestrada.

“O instinto de sobrevivência está no coração da síndrome de Estocolmo”, escreve a Encyclopedia Britannica. “As vítimas vivem em dependência forçada e interpretam atos raros ou pequenos de gentileza no meio de condições horríveis como um bom tratamento”.

Hoje, entretanto, o termo não é reconhecido oficialmente porque nunca houve uma publicação sobre o assunto.

Fonte: http://revistagalileu.globo.com/Sociedade/noticia/2017/08/de-onde-veio-o-termo-sindrome-de-estocolmo.html