Uma linguagem clara e divertida para entendermos o que é ir ao psicólogo, analise, terapia….
“Algumas pessoas acham que, pra você ir ao psicólogo, você precisa ter sérios problemas neurológicos e mentais, e ser uma pessoa completamente perturbada, com vozes na cabeça. Não é só nesses casos que a gente vai ao psicólogo (…) Quando você é uma pessoa que não escuta vozes, não vê coisas e não tem sérios distúrbios psicológicos, você também pode ir a um psicólogo.”
“Tem também o pessoal que acha que não precisa ir no psicólogo – ‘eu não preciso de ninguém para me analisar, já está tudo resolvido’ – e aí, associa ir ao psicólogo com uma fraqueza, porque se você é uma pessoa sinistra de verdade, você resolve seus próprios problemas, você se autoanalisa. Você conversa numa mesa de bar e já resolveu tudo.”
“Você tá lá, existindo. Anos existindo. Aí você acumula o quê? Traumas , dores, sofrimentos, coisas boas, vivências em geral. E essas coisas vão acontecendo e vão ficando uma em cima da outra e aí, quando você vê, você tá soterrado em vivências.”
“Aí você me pergunta: ‘pra que eu vou fazer isso, desenterrar coisa que já tava enterrada, já tava ótimo’. Aí está o problema: não tava ótimo, porque tava enterrado, num tava resolvido essas coisas. Só deu aquela abafada que num resolve nada. Essa abafada só deixa ali, e aí um dia você tá tomando um sorvete e aquele negócio vem. E você fala ‘como aquele sorvete desencadeou isso?’ Não sei, mas tinha alguma coisa a ver com o sorvete.”
“Você resiste, ‘não, muita dor, não quero isso, isso é um sofrimento, eu não tinha nem mais esse problema na minha vida, já tava tudo resolvido agora vou voltar esse sofrimento de novo, não quero’ (…) E aí você vai e desgasta aquele assunto e aí, quando você vê depois de uns dias, aquilo finalmente está de fato resolvido, porque você desenterrou, conversou sobre, e aí você resolve aquilo na sua cabeça. Você abre a ferida e depois você cicatriza a ferida de verdade, você não deixa só um furúnculo inflamado que aparentemente tá ok, mas tá cheio de pus nojento lá dentro, com um pelo encravado ainda por cima.”